Imagina oito homens duvidosos saboreando cada um seu prato de sopa sentados como amigos íntimos? Percebe-se que por ser Quentin Tarantino, as coisas não ficarão apaziguadas. Responsável por sucessos como ‘Kill Bill’, ‘Pulp Fiction’ e ‘Django Livre, o diretor emplaca seu oitavo filme com naturalidade presente já visto nas suas demais obras.
‘Os Oito Odiados’ tem como foco principal a história de oito refugiados dentro de uma cabana aguardando o fim da nevasca. Dentro dessa aldeia sanguinária temos caçadores de recompensa, mexicano, prisioneira, cowboy, entre outros seres desprezíveis. Tarantino deixou claro em todas suas entrevistas: nenhum deles é mocinho. Fica evidente ao longo das quase três horas de exibição (por sinal o filme mais longo do diretor), o quanto cada um pode ser cruel.
A maior parte do filme os personagens ficam centralizados no armazém de Minnie. Rodeados num local minúsculo e sombrio, seus segredos são revelados em cenas paralelas. Enquanto duplas dialogam até o ápice final de sua revanche, os demais respiram como plenos espectadores fora de cena, dando vazão a uma espécie de jogo teatral muito bem aplicado pela edição e direção. Às vezes espera-se atitudes dos demais, mas Tarantino resolve trabalhar cada caso de uma vez, e por isso a trama ganha qualidade.
O elenco foi escolhido a dedo, como de praxe. Samuel L. Jackson destila talento no irônico e cruel Major Warren, Kurt Russel, quase sempre vítima de papeis de segunda categoria, consegue irritar o público como o carrasco John Ruth, sua parceria com Jennifer Jason Leigh é vital. Por sinal, o difícil papel como a prisioneira Daisy Domergue caiu como uma luva para a atriz, indicada ao Oscar como coadjuvante. Infelizmente Tarantino não aproveitou bem alguns atores como Michael Madsen e Channing Tatum, justamente por aparições com tão pouca importância. Uma pena.
Detalhes à parte, Tarantino exime tudo o que gosta em suas obras: muito sangue derramado, cabeça explodindo, diálogos intermináveis, jogo de ironias e olhares fumegantes de ódio. Para quem ainda não assistiu, vale a pena ganhar três horas de muita ação. Aviso que os 80 minutos iniciais são mais brandos, apenas de reconhecimento do terreno, mas a partir daí, Tarantino é ele como sempre.
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